Não é uma obra sobre a guerra. O autor, James Jones, narra a vida de pessoas, seu dia-a-dia, agruras e venturas, em um campo do exército americano no Havaí, às vésperas do ataque japonês a Pearl Harbor.
Protagonizam a história o sargento Warden e Karen Holmes, ela, esposa do superior imediato de Warden; os soldados Prewitt e Angelo Maggio.
Nas páginas iniciais do livro o autor descreve a primeira visão de Warden de sua futura amante, Karen. No filme, as poucas linhas transformaram-se em uma cena inesquecível, com o comentário do sargento - "Aposto como ela não está usando sutiã" - e o andar da garota.
No livro, tudo se passa em pensamento: "Warden viu uma mulher loira, alta e magra, descer do carro. Um garoto de nove anos desceu atrás dela e começou a se balançar nas grades baixas ao longo da passagem. A mulher veio então por esta passagem, seu s seios acompanhando o movimento do corpo, debaixo do...
suéter roxo. Warden olhou-os atentamente e concluiu que ela não usava porta-seios, tal o modo como eles se moviam, tal a forma como eram pontiagudos." O diálogo do filme presta-se à valorização e à exteriorização do pensamento do personagem. É claro: nos filmes, em geral, não sabemos o que eles pensam. É preciso um personagem "escada"*.
Sem a necessidade de escadas, a cena do beijo na praia (acima reproduzido), é antológica. Uma das mais marcantes do cinema.
O filme, premiado com oito Oscars, foi produzido em 1953 e apresenta elenco glamoroso (Montgomery Cliff, como Robert E. Lee Prewitt, Burt Lancaster, como o Sargento Warden, Deborah Kerr, como Karen Holmes e Frank Sinatra, como Maggio). Vale a pena ver de novo!
Por outro lado e concomitantemente, é uma das poucas obras a que se deve assistir o filme e ler o livro. Bem escrito, traz passagens memoráveis e a densidade psicológica dos personagens, que o filme não pode exibir. Impossível não lê-lo de único trago, a despeito do número de folhas. Deliciosa leitura para um final de semana chuvoso, deitado na rede.
"O brinquedo de cavalinho espalhado, que morreu na infância, quebrou-se agora pela baioneta dos olhares cínicos dos outros."
"Ele andou até o cruzamento, nunca olhando para trás, imaginando em sua mente a figura trágica de si mesmo que devia estar aparecendo enquanto desaparecia pela montanha abaixo, como se fosse ele mesmo quem estivesse de pé, lá atrás, encostado na porta. E a coisa mais estranha é que ele nunca a amara tanto quanto neste momento, porque naquele momento ela se transformar nele mesmo."
"No exército romano exigiam que cada soldado realizasse o treinamento carregando uma mochila duas vezes mais pesada do que no combate verdadeiro. Conquistaram o mundo. Deveríamos fazer o mesmo."
* Escada é o personagem coadjuvante que ajuda o outro, principal, a brilhar em cena.
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Maria da Glória Perez Delgado Sanches
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